Antes do Pôr do sol, lembremos de Hiroshima e Nagasaki.
Luciano Capistrano
Professor: Escola Estadual Myriam Coeli
Historiador: Parque da Cidade
Rosa de Hiroshima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estupida e invalida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada.
(Vinicius de Moraes)
6 de agosto de 1945, uma data para não ser esquecida, naquele fatídico dia, os EUA, lançava sobre a cidade de Hiroshima, no Japão, a terrível bomba atômica. Destruição e horror, em segundos mais de 80.000 pessoas mortas, corpos forma dilacerados, viram pó, alguns simplesmente "evaporaram". A humanidade conhecia, a partir de então, uma das armas mais terríveis criadas pelo homem.
Nestas 7 décadas, desde da demonstração de força americana, na verdade um recado a ex União Soviética, com relação ao poder militar da potência do mundo capitalista, o mundo não ficou mais seguro, ainda vivemos sob as ameaças de uma hecatombe nuclear, claro, não ao nível dos áureos anos da Guerra Fria, hoje, a sombra das armas atômicas pairam sombras terroristas.
O mundo contemporâneo fracassou na formulação de políticas diplomáticas pacifistas, pouco avançou o desarmamento nuclear, além dos sete países fabricantes e possuidores de arsenal nuclear, temos nações de governos obscuros, como a Coréia do Norte, desenvolvendo tecnologia capaz de produzir misseis transcontinentais com ogivas atômicas.
Até a década de 1970, havia um certo consenso na teoria da "paz armada", as nações mais ricas, possuidoras de grandes contingentes militares, avançavam na corrida armamentista, justificando essa insanidade, através da falsa ideia de que quanto mais equilíbrio existisse do poder nuclear, mas o mundo estaria seguro.
Depois do 6 de agosto de 1945, o mundo conheceu no dia 09 daquele mês e ano, um novo ataque nuclear, desta vez a cidade de Nagasaki foi o alvo da força aérea americana. Desde de 1945 o mundo não sofreu nenhuma nova explosão atômica.
Mas amigo velho, não nos enganemos, corremos riscos.
Seja de natureza terrorista, seja por uma ação insana de algum transloucado governante destes países possuidores da tecnologia de armas nucleares.
Lembremos das crianças mudas telepáticas, cantadas por Vinicius Moraes, não permitamos o aumento deste clube dos horrores, faz necessário que organismos como a ONU, tão fragilizados nos últimos anos pelas grandes potencias, sejam fortalecidos e as políticas de desarmamento atômico saiam do discurso da diplomacia e transformem-se em ações concretas. Antes do Pôr do sol, lembremos de Hiroshima e Nagasaki.
Este é apenas uma reflexão sobre o mundo e suas complicações contemporâneas.
Foto: Luciano Capistrano |
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