sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Busto de Kennedy - Projeto Conhecer Para Preservar


“Se uma sociedade livre não pode ajudar a seus muitos pobres, também não poderá salvar a seus poucos ricos.”( John F. Kennedy). Essa frase do Presidente dos EUA faz parte do pedestal onde está exposto o busto em sua homenagem erguido na Praça Kennedy, localizada na rua João Pessoa, bairro Cidade Alta. Este monumento foi inaugurado em 1º de maio de 1965. O Rio Grande do Norte a época do governo de Aluízio Alves aderiu ao Programa do governo norte-americano, “Aliança Para o Progresso”, essa aproximação justificou a homenagem ao Presidente John Fitzgerald Kennedy. Conforme o historiador Itamar de Souza, o vereador Felinto Rodrigues Neto, foi o responsável por um movimento de arrecadação de recursos para a construção do monumento. Símbolo de uma época caracterizada pela Guerra Fria e pela ruptura constitucional com a derrubada do governo de João Goulart. Passear na rua João Pessoa, é refletir sobre um período tão agitado no Brasil, nas palavras de Lincoln Gordon: “[..] atmosfera crescentemente polarizada do princípio de 1964, e possivelmente até o dia 30 de março, um pequeno recuo de Goulart poderia ter salvo o seu mandato e a Constituição.”
(Referência: GORDON, Lincoln. A segunda chance do Brasil. São Paulo: Senac, 2002; SOUZA, Itamar de. Nova história de Natal. Natal: Departamento Estadual de Imprensa, 2008)
Projeto Conhecer Para Preservar
(Foto e texto: Professor Luciano Capistrano)

  Foto: Busto de Kennedy

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Projeto Conhecer Para Preservar - Museu Café Filho


A rua da Conceição, localizada na Cidade Alta, é uma das “guardiãs” de casarões de traços de uma cidade colonial. Seu casario de meia parede, apresenta outra característica o espaço privado, da casa, se insere no espaço público, da rua. O Museu Café Filho, conhecido como Sobradinho ou Véu de Noiva, compõe com o antigo Armazém Real e o Instituto Histórico, a paisagem da rua com a lateral da Pinacoteca do Estado, uma aula sobre o passado de Natal a céu abeto. Construção do século XIX, o Museu abriga em suas paredes vozes ecoadas ainda em uma cidade colonial, edificação concluída em 1820 para ser residência. O Museu Café Filho é uma homenagem ao natalense, nascido no bairro das Rocas, que chegou a Presidência da República, depois do suicídio do Presidente Getúlio Vargas. Acredito que espaços como este ganham importante função na promoção da Educação Patrimonial. Conforme o Professor Almir Félix Batista de Oliveira: “Um outro ponto a se considerar em relação à questão da construção/utilização do patrimônio histórico e que, com certeza, perpassa o conceito de cidadania e o direito à memória e ao passado, está na conotação e no valor pedagógico que o patrimônio pode exercer.” Enfim, para além da preservação faz necessário ações de educação sobre os lugares de memórias.
(Referência: OLIVEIRA, Almir Félix Batista de. Memória, História e Patrimônio Histórico. São Cristóvão: Editora UFS, 2010; NESI, Jeanne Fonseca Leite. Natal Monumental. Natal: IPHAN/RN, 2012).
Projeto Conhecer Para Preservar
(Foto e texto: Professor Luciano Capistrano).


    Foto: Museu Café Filho

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Projeto Conhecer Para Preservar - Antigo Grupo Escolar Augusto Severo


Grupo Escolar Augusto Severo, Faculdade de Direito, Secretaria de Segurança Pública... essa edificação tem em suas linhas arquitetônicas os traços do arquiteto Herculano Ramos, este profissional foi o responsável pela intervenção na Praça da República, hoje Praça Augusto Severo. O antigo Grupo Escolar Augusto Severo, nasceu com a finalidade de abrigar a Escola Normal, sua inauguração data de 12 de junho de 1908. Jeanne Nesi, nos apresenta o prédio: “[...]o antigo Grupo Escolar ostenta uma fachada rebuscada de composição simétrica. Possui corpo central, com pórtico de entrada enquadrado por pilastras, valorizado por escadarias de acesso ladeado por duas janelas. Exibe frontão triangular, platibanda com ornato e cornija de massa, arrematada por elementos de metal, jarros, águias e estátuas [...]”. As edificações fazem parte do acervo da memória urbana, suas paredes, muito mais do que as mãos de pedreiros, engenheiros, arquitetos... guardam as “vozes” de seus antigos usuários. São monumentos a ecoar memórias. Como explica o Professor Hélder Viana: “Os monumentos podem aparecer de forma de esculturas de pedra ou de outro material, como placas de inauguração, de comemoração e de identificação, ou, até mesmo, na forma de uma edificação, um prédio”.
(Referência: VIANA, Hélder do Nascimento; ROCHA, Raimundo Nonato da; ARRAIS, Raimundo Pereira Alencar (Org.). Cidade e Diversidade. Natal: EDUFRN, 2012; NESI, Jeanne Fonseca Leite. Natal Monumental. Natal: IPHAN/RN, 2012).
Projeto Conhecer Para Preservar
(Foto e texto: Professor Luciano Capistrano).

   Foto: Vista parcial da fachada do Antigo Grupo Escolar Augusto Severo.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Projeto Conhecer Para Preservar - Coluna dos Mártires


A Coluna dos Mártires

O espaço urbano é repleto de significados, os monumentos erguidos nas Praças, Ruas e Becos da cidade são representações das camadas de tempos feitores da urbe. Urbanistas, poetas, agentes públicos, historiadores, cronistas, memorialistas, entre um número sem fim de andantes do tempo presente e do passado vão deixando suas marcas delineando o traçado da memória urbana. Eu costumo dizer em minhas caminhadas históricas, que a cidade não é o espaço da neutralidade, diante de um monumento temos de questionar o porquê de sua construção, o porquê de sua preservação.  A Carta de Veneza, da UNESCO, sobre a conservação e preservação do patrimônio cultural no seu primeiro ponto diz: “O monumento é inseparável do meio onde se encontra situado e, bem assim, da história da qual é testemunho. Procura-se, então, relacionar o bem cultural (o monumento que, inclusive, pode ser uma obra modesta) com o seu meio ambiente, com sua área envoltória, com o seu contexto socioeconômico, recusando-se a encará-lo como trabalho isolado no espaço.” A Coluna dos Mártires da Revolução de 1817, Frei Miguelinho e André de Albuquerque, localizado na Cidade Alta, tem todo um significado para nossa história, e, para além da memória do levante da colônia contra a metrópole ibérica, temos na constituição deste monumento rochas retiradas de  uma pedreira localizada no município de Macaíba, trabalho em cantaria de granito chantado no centro da Praça André de Alburquerque um dos homenageados com o monumento em rocha. Este Monumento foi inaugurado durante as comemorações do centenário da Revolução de 1817, sendo erguido na Praça no ano de 1917.
(Referência: LEMOS, Carlos A. C. O que é Patrimônio Histórico. São Paulo: Brasiliense, 2006. Projeto “AS ROCHAS CONTAM SUA HISTÓRIA: PROGRAMA DE DIVULGAÇÃO DA GEODIVERSIDADE NO CENTRO HISTÓRICO DE NATAL”, coordenador Professor Marcos Nascimento)
Projeto Conhecer Para Preservar
Foto e texto: Professor Luciano Capistrano.

                              Foto: Coluna dos Mártires.

Projeto Conhecer Para Preservar - Memorial Câmara Cascudo

Memorial Câmara Cascudo

“Do cimo da Torre da História, o alvissareiro anuncia a passagem, na linha do horizonte, dos velhos e passados navios que estão no fundo do mar. Sonhos, amores, lutas, ambições, delírios, mortes, tudo quanto surge na alma do Homem [...]”, gosto desse “alvissareiro da História” descrito por Luís da Câmara Cascudo. A urbe é o palco do desenrolar humano. Na Cidade Alta, no alto da Torre da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação, simbolicamente, o alvissareiro testemunha a história da cidade. Neste núcleo inicial da urbanização, entre outras edificações, encontramos o Memorial Câmara Cascudo, um prédio construído no final do século XVIII de estilo neoclássico. Abrigou a Tesouraria Real, Delegacia da Fazenda e Quartel General da 7ª Região Militar do Exército. Em 1987 a edificação ganha a função de Memorial Câmara Cascudo, uma justa homenagem ao ilustre natalense. Durante a Revolução de 1817 André de Albuquerque instalou em suas dependências o efêmero governo revolucionário. Nas paredes largas deste belo edifício existe a digital da memória das terras potiguares.
(Referência: CASCUDO, Luís da Câmara. História da Cidade do Natal. Natal: EDUFRN, 2010; NESI, Jeanne Fonseca Leite. Natal Monumental. Natal: IPHAN/RN, 2012)

Projeto Conhecer Para Preservar
(Foto e texto: Professor Luciano Capistrano)

    Foto: Memorial Câmara Cascudo.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Projeto Conhecer Para Preservar - Fortaleza dos Reis Magos

Fortaleza dos Reis Magos

Suas linhas arquitetônicas têm a marca dos padres engenheiros jesuítas, foi o padre Gaspar de Samperes, pertencente a Companhia de Jesus, antes de clérigo foi militar, adequando seus conhecimentos de estratégia de guerra com a engenharia será o responsável pelas linhas e formas da Fortaleza dos Reis Magos, o polígono estrelado. Construção de 1598, sua planta erguida em taipa foi no ano de 1628 transformada numa das mais belas arquiteturas de guerra construída em terras brasileiras. O engenheiro-mor Francisco Frias de Mesquita, foi o responsável pela substituição da taipa por pedras.
Hoje ( Fevereiro/2020)  me inquieta o fato do seu fechamento, alguns irão dizer necessário porque está em obras de restauração, sim, sim concordo são obras necessárias e urgentes que há muito tempo deveriam ter ocorrido. Bom, mas a questão é muito mais do que o tempo, a demora em se concretizar esse projeto de restauro de nosso mais visitado Patrimônio Cultural, sim, a Fortaleza dos Reis Magos é o Monumento mais visitado da cidade de Natal. O tempo, a demora na reabertura é um problema a ser enfrentado por todos os órgãos responsáveis pelas políticas de preservação do patrimônio cultural e do turismo. Uma “força tarefa” poderia ser criada para pensar alternativas de melhorias da acolhida dos visitantes que diariamente chegam para conhecer ou retornar a Fortaleza dos Reis Magos.
(Fonte: (GALVÃO, Hélio. História da Fortaleza da Barra do Rio Grande. Rio de Janeiro: Conselho Federal de Cultura, 1979).
Projeto Conhecer Para Preservar
(Foto e texto: Professor Luciano Capistrano).

    Foto: Luciano Capistrano - Fortaleza dos Reis Magos.

Projeto Conhecer Para Preservar - Clube de Caçadores de Natal

Ao caminhar na avenida 2, a avenida Presidente Bandeira no Alecrim, um prédio chama a atenção por sua indicação na fachada: “Clube de Caçadores de Natal”, sim existia em Natal um lugar para a prática da caça, calma, me refiro a outra época, outros costumes. Uma urbe ainda com cheiro de mato. Em 16 de abril de 1953, conforme o Professor Evaldo Rodrigues de Carvalho, foi fundado a sede social do clube e a sede recreativa, com stand de tiro, na Lagoa do Bonfim. Lembro Cascudo em suas reminiscências, diante da expansão urbana: “[...] a cidade cresce assustadoramente. Onde cacei, com espingarda de chapéu-de-sol, cutias e jacus, sobem palacetes e rodam os autos”.
(Referência: CARVALHO, Evaldo Rodrigues de. Alecrim, ontem, hoje e sempre. Natal: Nordeste Gráfica, 2004; CASCUDO, Luís da CÂMARA. Natal – 1938. Mossoró: Coleção Mossoroense, 1991)
Projeto Conhecer Para Preservar
(Foto e texto: Professor Luciano Capistrano).

    Foto: Luciano Capistrano - Antiga sede do Clube de Caçadores de Natal.

Projeto Conhecer Para Preservar - Busto do Padre João Maria

Praça Padre João Maria, o nome uma homenagem ao “Santo” da cidade de Natal, para o mundo católico. Uma fé que ganhou o imaginário dos católicos a margem da própria Igreja, como os santos populares a fé brotou do meio popular. É uma cena comum, ao passar pela Praça e ver fiéis acendendo velas, colocando ex-votos, fitas, fazendo suas orações, ou simplesmente em silêncio contemplando o eterno vigário da cidade dos Santos Reis Magos. A Praça, antes denominada Praça da Alegria, recebeu o nome do Padre João Maria, através da Resolução nº 105, da Intendência Municipal de Natal, publicada em 11 de junho de 1906. O Busto foi inaugurado no dia 07 de agosto de 1919. O Padre João Maria, para além do evangelho, levou para as famílias humildes da Natal do inicio do século XX tratamento de enfermidades. Natal nos anos de 1904/1905 sofreu uma epidemia de varíola, e era o vigário em seu sacerdócio a carregar “...água pela madrugada, fazia alimentos, espalhava consolo dos aflitos e aos desamparados...” em todos os arrabaldes de uma Natal provinciana existia alguém para ser atendido pelo Padre João Maria. Este é o imaginário a alimentar a fé do povo católico de Natal. 
(Referência: BARROS NETO, Manoel do Rêgo. A caminho da Caridade. Natal: Natal Editora, 2002; SOUZA, Itamar de. Nova história de Natal. Natal: Departamento Estadual de Imprensa, 2008)
Projeto Conhecer Para Preservar
(Foto e texto: Professor Luciano Capistrano)

    Foto: Luciano Capistrano - Fiéis diante do Busto do Padre João Maria.

Projeto Conhecer Para Preservar - Busto do Almirante Tamandaré

O Almirante Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré, é o Patrono da Marinha do Brasil. O Busto do Almirante Marquês de Tamandaré, está localizado na Praça Pedro Velho. Sua localização inicial, foi no Alecrim, na Praça inaugurada em 11 de junho de 1952 - o 11 de junho foi o dia da Batalha Naval do Riachuelo -, em sua homenagem, a Praça Almirante Marquês de Tamandaré. Andar pelo espaço urbano é encontrar símbolos, monumentos, memórias visíveis ou invisíveis que dizem e transmitem informações sobre a formação socioeconômica da cidade, do estado, do país. Como nos ensina o historiador José D’Assunção Barros, “A cidade também fala aos seus habitantes e aos seus visitantes através dos nomes próprios que ela abriga: dos nomes de ruas, de edifícios, de monumentos.” Caminhar por ruas e becos da urbe é ir ao encontro das camadas de épocas “construídas” ao longo do tempo.
(Referência: BARROS José D’Assunção. Cidade e História. Petrópolis: Editora Vozes, 2012; SOUZA, Itamar de. Nova história de Natal. Natal: Departamento Estadual de Imprensa, 2008)
Projeto Conhecer Para Preservar

(Foto e texto: Professor Luciano Capistrano)

    Foto: Luciano Capistrano - Busto do Almirante Tamandaré.


Projeto Conhecer Para Preservar - Natal, uma cidade quatrocentona.

A cidade nasceu com um grande desafio: a sua própria topografia, cercada por dunas, tendo a companhia do mar e do rio, a comunicação com o interior da província teria de ser vencida. Neste movimento de feitura do território a urbe foi se desenhando em um processo de ocupação, em alguns momentos ordenados em outros conflituosos.
Natal em  seus mais de 400 anos, muito a celebrar, muito a refletir sobre essa cidade que avançou entre dunas e tabuleiros, abriu ruas, vielas e becos, da “Natal, cidade não há tal”, transformou-se em “Cidade Trampolim da Vitória”, “Cidade do Sol”... sigamos em frente e façamos como o poeta Nei Leandro de Castro: “Natal não foge a regra que a experiência assinala / Íntima, entre o rio e o mar, se estende. Convém amá-la.”
Projeto Conhecer Para Preservar

(Texto e foto: Professor Luciano Capistrano)

    Natal - Cidade quatrocentona.

A esperança se vestiu de cinza.

  A esperança se vestiu de cinza.               Aqui faço um recorte de algumas leituras que de alguma forma dialogam sobre os efeitos noc...