De cidade do sol, de cidade do medo ¹
Luciano Capistrano
Historiador: SEMURB
Professor: Escola Estadual Myriam Coeli
Estado Sem Lei
Mortes nas esquinas
Medo gerador de ódio
Crias
Humanidade desumana.
Em tempos violentos
Fazer "justiça" com as próprias mãos
Homens "bons"
De almas impuras
Pura
Insanidade coletiva
Virais nas redes sociais
Show midiático
Nus
Fraternidade cristã desnuda.
(Luciano Capistrano)
Os números dos homicídios assustam, vivemos tempos difíceis onde, me parece, falta uma ação enérgica do Estado, calma turma da "bala" e turma dos "humanos", não faço coro junto aqueles que defendem "bandido bom é bandido morto" - não vejo na execução dos fora da lei a solução para o problema -, até porque, os dados demonstram, que os grupos de extermínios apenas contribuem para o aumento da violência e consequentemente do estado de insegurança em que vivemos.
Também, não faço coro juntos daqueles que defendem uma "flexibilização no código penal", acho necessário ter leis duras; um sistema onde não aja impunidade, pois, acredito ser a impunidade uma das principais causas da violência.
Caro amigo velho, precisamos de um aparato de segurança pública forte, agora acima de tudo eficiente, com uma polícia preventiva, ações investigativas, um sistema penitenciário que garanta a vida do detento mas garanta o cumprimento da pena, e, isso tudo, passa por investimentos, não podemos continuar com armamentos sucateados, viaturas sem manutenção, presídios ditos de segurança máxima, que parece mais um queijo suíço, e, delegacias sem as mínimas condições de trabalho. O corpo policial precisa se sentir motivado, um olhar especial para a formação dos agentes de segurança pública. Não basta o discurso, ganhador de votos, faz necessário a ação.
Nestes últimos dias de outubro, deste longo ano de 2016, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública anunciou dados estatísticos sobre a violência, amigo velho, nesta ‘pegada" logo, logo a "cidade do sol" se transformará na "cidade do medo". Segundo o Fórum, entre as capitais brasileiras Natal foi a que teve o maior crescimento percentual de mortes violentas intencionais entra os anos de 2014 e 2015. 2014, registrou na capital potiguar, 343 homicídios, em 2015 o triste salto, 682 assassinatos.
Não, não são números frios, simples dados estatísticos, são vidas ceifadas, famílias destruídas, por trás das porcentagens, 97% de crescimento em homicídios de 2014 a 2015, mães e pais choram a perda dos seus filhos.
O que fazer diante de tão grave situação?
Uma cidade limpa, ruas iluminadas, praças bem cuidadas, escolas de tempo integral, quadras esportivas adequadas, policiamento ostensivo, uma polícia investigativa/preventiva, uma rápida resposta do judiciário aos casos de crimes contra a vida, um basta a sensação de impunidade, uma verdadeira polícia comunitária, etc.
Não existe uma solução mágica, nada de carta em baixo da manga, o que se tem de fazer é ver a questão da segurança pública como algo urgente, sair do lugar comum, ser proativo e deixar de lado o calendário eleitoral, sim, ainda tem aqueles políticos movidos apenas ao vento das urnas.
Uma cidade de lindas paisagens, naturais e culturais, receptiva aos visitantes, ainda em expansão, não se pode deixar ser vencida pela violência, o tráfico, os extermínios de jovens, os crimes homofóbicos, os feminícidios, o crime na padaria, enfim, está cidade de poetas e do sol, não deve ser transformada na cidade do medo.
Acredito ser fundamental o diálogo, governo e sociedade, de forma fraterna, com um único objetivo, diminuir os índices de homicídios na cidade de Natal.
Neste cenário o governado Robson Faria e o prefeito Carlos Eduardo, assumem papel relevante, não podem os dois gestores, ordenar ações isoladas, diria ser fundamental a instalação de um gabinete comum, Estado e Prefeitura, juntos, elaborando um plano comum de ações efetivas no combate a violência. Fim das eleições, é chegada a hora de desfazer os palanques, não pensar nas eleições futuras, se aproxima a eleição para governador, mas faz necessário pensar grande, agir como um estadista.
Por fim, façamos o bom diálogo, o diálogo das ideias, sem o rancor de quem se acha dono da verdade, mas, com o espirito aberto a ouvir e com a humildade necessária e a honestidade intelectual, fundamental para rever preconceitos. Fica o convite, faça da dor, do medo da violência, uma trajetória de muitas reflexões, sem o rancor de quem ver o outro, por pensar diferente de nós, como nosso inimigo.
1. Publicado originalmente em outubro de 2016 - Luciano Capistrano FACEBOOK.
1. Publicado originalmente em outubro de 2016 - Luciano Capistrano FACEBOOK.
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