domingo, 9 de abril de 2017

Cidade, Zona de Proteção Ambiental e Sustentabilidade: Uma reflexão.

Cidade, Zona de Proteção Ambiental e Sustentabilidade:
Uma reflexão.
Luciano Capistrano
Professor: Escola Estadual Myriam Coeli
Historiador: Parque da Cidade

Sustentabilidade

Margem do rio, fluir de águas
Claras, límpidas, gamboas, manguezais
Florescer de vidas
Plantas, caranguejos, seres do manguezal
Pulmões da urbe
Ilhas em perigo constante
Abutres sobrevoavam faunas e floras
Sacolas plásticas testemunhos humanos
Vestígios desumanos
Mercados, outdoors, shopping centers
Vidas consumidas
Especulações imobiliárias
A cidade cresce
O progresso não pode parar
Diz da problemática questão ambiental
Desenvolvimento sustentável
Uma possibilidade
Única saída para sobrevida
Sustentabilidade, preservação de vidas!
(Luciano Capistrano)


A cidade de Natal possui dez zonas de proteção ambiental, cinco já regulamentadas, e, as outras cinco em fase de regulamentação, dentre essas a ZPA – 8 e a ZPA – 9, estão passando por este processo legal. Faz necessário a participação de todas e todos, uma ZPA, não surge do nada, existem toda uma rigorosidade cientifica para determinar a importância de determinadas áreas para a cidade.
            Estudos foram realizados na formulação de uma política de preservação ambiental e cultural, apontaram o valor ambiental e histórico para a cidade. O importante é ouvir as demandas sociais, econômicas e culturais, no que diz respeito aos elementos da paisagem onde estar inserida as ZPA’s.
            A cidade, como preconiza a Carta das cidades europeia para a sustentabilidade, tem de ter uma ocupação urbana planejada, que considere as questões de equilíbrio entre o crescimento dessa ocupação com o meio ambiente. Decorre da implicação de construir um lugar sustentável, a importância da pesquisa sobre os diversos aspectos do espaço urbano, como nos diz Gilka da Mata Dias:

[...] O comportamento dos recursos naturais existentes em cada região precisa ser diagnosticado para que o ordenamento urbano possa ser ajustado às potencialidades e às fragilidades existentes no local. [...] Os processos naturais peculiares a cada local precisam ser conhecidos e incorporados no planejamento urbano, social, econômico, político e administrativo de uma cidade. [...] O ambiente construído pelo homem, portanto, deve estar em harmonia com o ambiente natural. (DIAS, Gilka da Mata. Cidade Sustentável. Edição do autor, 2009, p.46).

            A questão ambiental a muito deixou de ser apenas um “canto” romântico de ecologistas, hoje, é uma questão de sobrevivência do ser humano, assim, ao trazer nesta escrita a Cidade, Zona de Proteção Ambiental e Sustentabilidade, longe de ser um texto conclusivo, cientifico sobre a temática, me “atrevo”, apenas, em ser um provocador, faz necessário que o cidadão natalense conheça essas áreas de proteção ambiental, pois, meu amigo velho, isso tem uma relação direta com a qualidade de vida da cidade e de seus habitantes.
            Não basta ter uma legislação protetiva, claro que a Lei é fundamental, mas, temos de ir além do legal, é fundamental o fortalecimento dos órgãos técnicos, responsáveis por estudar os impactos causados no meio ambiente e, também, por fiscalizar a ocupação e expansão do solo urbano.
            Deste modo, penso, ser a educação ambiental um instrumento importante na execução de uma política de preservação ambiental, as comunidades têm de serem revestidas de saberes sobre as questões ambientais, sob pena, do desconhecido, levar a ocupação desordenada e a degradação das áreas, ainda preservadas do ponto de vista ambiental. A comunidade e o poder público, em um diálogo permanente sobre ações efetivas no combate aos crimes ambientais, mortandade de peixes como a ocorrida no rio Jundiaí/Potengi, o assoreamento do rio Pitimbu, a poluição do riacho do Baldo e do rio das Quintas, a fragilidade do rio Doce, são sinais preocupantes de uma cidade que cresceu virando as costas para seus recursos hídricos. Não podemos mais esperar o futuro, temo de fazer algo agora.

            A cidade de Natal, possui belos cartões postais, o Morro do Careca, se destaca, reconhecido como Patrimônio Natural do município, os parques da cidade, o Parque das Dunas e Parque da Cidade, são exemplos claros, nítidos, de que a indústria do turismo pode se desenvolver com o respeito aos recursos naturais, o que é um alento, também é um motivo para aprofundarmos o diálogo sobre a cidade que queremos, assim, finalizo reafirmando a provocação, objeto deste artigo, olhemos para as Zonas de Proteção Ambiental: ZPA 01 – Campo Dunares Pitimbu, Candelária e Cidade Nova; ZPA 02 -  Parque Estadual Dunas de Natal e área de Tabuleiro Litorâneo; ZPA 03 – Área entre o Rio Pitimbu e avenida dos Caiapós; ZPA 04 – Campo Dunar dos Guarapes; ZPA 05 – Associação de Dunas e Lagoas do bairro de Ponta Negra; ZPA 06 – Morro do Careca e Dunas Associadas; ZPA 07 – Forte dos Reis Magos e seu entorno; ZPA 08 – Estuário do rio Potengi; ZPA 09 – Complexo de Lagoa se Dunas ao longo do rio Doce e ZPA 10 – Encostas duanres adjacentes ao Farol de Mãe Luiza. Cidade, Zona de Proteção Ambiental e Sustentabilidade: Uma reflexão.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

A esperança se vestiu de cinza.

  A esperança se vestiu de cinza.               Aqui faço um recorte de algumas leituras que de alguma forma dialogam sobre os efeitos noc...