Caminhar no bairro do Alecrim, o bairro da feira e do um comercio popular pujante da cidade de Natal, sempre é ir ao encontro de novos encantos. A Praça Gentil Ferreira, cenário de grandes eventos artísticos/políticos, com o Relógio marcador do tempo, provavelmente é um dos lugares que mais representa simbolicamente o antigo “Cais do Sertão”.
O alecrim guarda em cada avenida numerada, em cada esquina, memórias da urbe. Os vendedores a nos convidar a entrar nas lojas, diversas, como diverso é o comércio, e, os camelôs a disputar espaços nas ruas e calçadas, fazem do bairro uma espécie de caldeirão socioeconômico. Ao olhar o retrovisor do tempo, me delicio com fotografias e testemunhos orais, de registros do Alecrim dos cinemas de ruas. A avenida 2, nas mediações do Relógio ao Banco do Brasil, na década de 1950/1960, era palco, nas tardes de domingo, do encontro de jovens amantes do cinema e das revistas em quadrinhos, sedentos pela “Sétima Arte”, se encontravam no “Palácio Encantado do Alecrim”, o Cine São Luiz, como nos informa o pesquisador Anchieta Fernandes em seu clássico “Ecran natalense”, publicado pelo Sebo Vermelho em 1992. O cinema São Luiz encerrou suas atividades em 7 de março de 1974, em seu lugar foi instalado uma agência do Banco do Brasil.
Foto: Emerenciano Jaeci Galvão – Cine São Luiz – acervo IBGEHoje nos encanta vê antigas fotografias, graças a fotógrafos como Jaecy , registros de um tempo não mais presente. É assim a memória: Vivemos as mais variadas coisas, lembramos algumas, esquecemos tantas outras, refletimos, na maioria das vezes, a partir do lembrado sobre o vivido, sem necessariamente controlar o que queremos ou devemos lembrar sobre ele. Muitas vivências deixamos de lado e apagamos, por mecanismos conscientes e inconscientes [...] Uma música, uma foto, um texto, alegrias ou traumas inusitados podem nos fazer lembrar. A essa operação, contínua e inevitável, de alternância entre lembranças e esquecimentos, chamamos de memória. Somos constituídos – nossos valores, comportamentos e ações – pela nossa memória. Se podemos aprender a partir de tantas vivências, esse aprendizado como experiência se faz por meio da memória. (FERNANDES, Rui Aniceto Nascimento [et al.]. História e patrimônio: Rio Bonito. Rio de Janeiro: Mauad X : Faperj, 2014, p.8).
Das
ruas às redes: Quinta da história
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