Sede da ASSEN
(Associação
dos Subtenentes e Sargentos do Exército de Natal)
A
cidade de Natal, de tempos passados, vive não somente na memória individual,
ela está presente nos diversos lugares de memórias. Andar pelos museus, pelas
ruas, olhar as edificações, remexer ou vasculhar as gavetas e estantes
empoeiradas dos nossos arquivos, folhear velhos álbuns, abrir antigas cartas...
enfim, tecer teias do tempo presente com vestígios de paisagens de outrora.
Caminhar pela urbe pode significar ir ao encontro de memórias “silenciadas” ou
“adormecidas” em fachadas de edificações, cores, odores, sabores ou sons a
fazer emergir emoções diversas. Como nos ensina a Professora Ecléia Bosi:
“[...] Ao lado da história escrita, das datas, da descrição de períodos, há
correntes do passado que só desaparecem na aparência. E que podem reviver numa
rua, numa sala, em certas pessoas, como ilhas efêmeras de um estilo, de uma
maneira de pensar, sentir, falar, que são resquícios de outras épocas [...]”. O
prédio da ASSEN é um destes lugares a provocar nos passantes da avenida
Prudente de Morais lembranças, imagens de outras épocas. Fundado em 25 de
agosto de 1947, logo depois da Segunda Guerra Mundial, com a finalidade de
desenvolver atividades sociais, beneficentes e desportivas. Sua sede na avenida
Prudente de Morais, teve sua obra iniciada em 1959. Hoje (2021) um lugar
abandonado. De muito significado para a vida cultural e esportiva da cidade.
Suas linhas arquitetônicas tem a marca da modernidade, assinada pelo arquiteto
Raymundo Gomes. Conforme Pedro de Lima: “Na obra se encontram presentes
diversos elementos que formam o repertório da arquitetura modernista. Pode-se
dizer que a concepção da obra se inscreve na tendencia de substituição das
formas planas, que identificam o modernismo europeu, pelas curvas que, a partir
da igreja de São Francisco na Pampulha e de outras obras, passaram a
identificar uma das vertentes do modernismo brasileiro”. O prédio da Antiga
ASSEN expressa para além das aparências a cultura de nossos antepassados, seja
nos estilos arquitetônicos ou no conjunto representativo do Patrimônio
Imaterial.
(Referência:
BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembranças de velhos. São Paulo: Companhia
das Letras, 1998; CAPISTRANO, Luciano Fábio Dantas. Divagações: memória,
fotografia e história. Natal: Sebo Vermelho, 2019; LIMA, Pedro de. Arquitetura
no Rio Grande do Norte uma introdução. Natal: Cooperativa Cultural
Universitária, 2002)
Projeto:
Das ruas às redes: Quinta da história.
(Foto
e texto: Professor Luciano Capistrano)
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