Profissão:
HISTORIADOR/A
Luciano
Capistrano
Professor
de História: Escola Estadual Myriam Coeli
Mestrando:
Profhistória/UFRN
O dia 19 de agosto é o dia do
Historiador/a, instituído em 2009, uma homenagem ao nascimento do Pernambucano
Joaquim Nabuco, um abolicionista. Viveu nos tempos dos canaviais e usou de sua
formação intelectual humanista para se opor a escravização negra. Este 19 de
agosto é o dia para celebrar o Profissional responsável para lembrar os “esquecidos”,
como a firmou Peter Buker: "A função do historiador é lembrar a sociedade
daquilo que ela quer esquecer".
Gosto de dizer que o desafio maior
posto para o profissional do campo da história é enfrentar a legião dos
negacionistas dos fatos históricos. Este é o desafio. Uma vigilância diária
para aquelas teorias “conspiratórias” que negam a existência dos campos de “concentração”
nazista; Negam os “Gulag” Soviéticos, dos tempos do stalinismo; Dizem “ditadurabranda”
sobre os crimes cometidos pela ditadura militar/civil no Brasil pós 1964;
Chegam a negar a “engrenagem” de moer gente, criada pelos portugueses durante o
Brasil colonial, período da escravidão negra... enfim, cabe aos historiadores /
historiadoras lembrar dos acontecimentos silenciados em narrativas
negacionaistas.
Nessa função é preciso termos alguns
cuidados, o pântano que pisa o profissional da história é um campo minado.
Neste sentido vale o alerta do Historiador Eric Hobsbawm: [...] eu costumava
pensar que a profissão de historiador, ao contrário, digamos, do físico
nuclear, não pudesse, pelo menos, produzir danos. Agora sei que pode. Nossos
estudos podem se converter em fábricas de bombas, como os seminários nos quais
o Ira aprendeu transformar fertilizante químico em explosivos [...] temos uma
responsabilidade pelos fatos históricos em geral e pela crítica do abuso
político-ideológico da história em particular. (HOBSBAWM, Eric. Sobre História.
São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 17/18.
É a partir deste pressuposto que se
pauta o oficio do historiador/a, numa postura profissional com o compromisso
social, claro não se deve pensar num ser distante do mundo, o novelo da
história não é desenrolado por um ser extraterrestre, são seres humanos, neste
sentido o perigo, digamos de contágios existem, mas devem serem fundamentados
em evidencias documentais, as fontes são instrumentos imprescindíveis para
lastrear de forma firme a narrativa histórica, dirimindo o máximo os jogos
ideológicos simulacros de pesquisas históricas.
Mas enfim, qual o papel deve desempenhar
este profissional de história em sua comunidade? Qual deve ser as ações do Historiador/a
no tempo presente? Fico com a resposta do Historiador Israelense Yuval Noah
Harari: [...] Como historiador, não posso dar às pessoas alimento ou roupas -
mas posso tentar oferecer alguma clareza, ajudando assim a equilibrar o jogo
global. Se isso capacitar ao menos mais um punhado de pessoas a participar do
debate sobre o futuro de nossa espécie, terei realizado minha tarefa [...] ( HARARI,
Yuval Noah. 21 LIÇÕES PARA O SÉCULO 21. São Paulo: Companhia das Letras, 2019,
p. 11.)
Parabéns aos historiadores e ao amigo Luciano, pelo artigo.
ResponderExcluirObrigado meu amigo!!
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