sábado, 9 de novembro de 2019

09 de novembro de 1989: Grande dia


09 de novembro de 1989: Grande dia
Luciano Capistrano
Professor de História: Escola Estadual Myriam Coeli
Mestrando: Profhistória/UFRN

            Na noite do dia 09 de novembro de 1989, eu estava com papai assistindo ao Jornal Nacional.  Morávamos no Conjunto Santa Catarina, Rua Hidrolândia, quando testemunhamos à alegria do povo alemão diante do Muro de Berlim, rostos estampando um misto de choro e riso, era a representação do sentimento da liberdade do reencontro. O Muro estava indo ao chão e com ele a Berlim separada estava sendo a golpe de “picaretas” e mãos, finalmente, voltando a ser una.
            Naquela noite caia o símbolo da Guerra Fria!
            O Muro de Berlim não significou apenas a divisão de uma cidade. Construído em agosto de 1961, simbolizou a divisão do mundo: De um lado o “mundo”  Capitalista e do outro o “mundo” Socialista. Eram duas “Alemanha”, a República Federal da Alemanha e a República Democrática Alemã.  Famílias, amigos, uma nação de um dia para o outro foi separada. Quase três décadas de segregação. Era aproximadamente 70 km com grades metálicas, torres de observação, arames eletrificados e soldados armados com ordem expressa para atirar em todos que ousassem ultrapassar a barreira imposta.  
No link abaixo a queda do Muro de Berlim, em uma reportagem, memória,  da TV Globo:


https://www.youtube.com/watch?v=GYXBrlVkBuI&feature=share&fbclid=IwAR0sf7nNI_87qg23bAkbsG-SNOZn8fUBKAADrS1nqrI6zqmr_CokloMpGxQ


             E  e a banda SCORPIANS celebra com, THE WALL 1990:

https://www.youtube.com/watch?v=O9HtbTZuO_g&list=PLKjNPhOA2KhpR89WLeUMP6CAmD8y39LrB

            O dia 09 de novembro de 1989 deve ser celebrado por todo o mundo democrático, a sociedade alemã, da parte oriental e ocidental, disseram não a opressão das liberdades. O modelo autoritário faliu. O socialismo e seus instrumentos do stalinismo aliado a grave crise econômica já não conseguia “manter” a ordem nos países do leste europeu. Ventos da glasnot e perestroika, impulsionados por Gorbachev, na antiga União Soviética, varriam os países socialistas da Europa. O mundo exigia democracia.
            A crise dos países socialistas ganhou um simbolo, a queda do Muro de Berlim, como reflexo  da crise  “[dos] últimos anos da União Soviética  [...] uma catástrofe em câmara lenta”, disse o historiador Eric Hobsbawm, em  Era dos Extremos. Como cantaram os Titãs, "... a gente não quer só comida..." e para além das construções dos mitos, a década de 1980 representou o inicio de uma nova ordem, talvez os dias presentes tenham muito do sentimento vivido no leste europeu dos anos 1980.
            Fato é naquela noite, alemães, se abraçaram e gritaram “grande dia”.

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