Em tempos de Pandemia: a vida requer esperança!
Luciano Capistrano
Professor de História – Escola Estadual Myriam
Coeli
Mestrando – Profhistória/UFRN
Não
tem sido fácil. Confesso.
E
de repente nos encontramos no meio de um vendaval difícil de compreendermos os
significados do porque de tudo isso que de repente se abateu sobre o nosso lar
comum: A Terra. Um vendaval como um nome: Covid 19, um ser invisível aos nossos
olhos, capaz de provocar uma grave crise de saúde pública e econômica em todos
os cantos da terra, nenhuma nação ficou isenta deste “imposto” cobrado a toda
humanidade.
Ao
me colocar diante do computador, busco escrever, um vazio me invade o meu ser,
olho ao redor e vejo meu pai e mamãe, meu João, o mais novo e minha nega, minha
esposa, namorada, amiga... o meu João, o mais velho, vi hoje de longe, a
semanas não nos tocamos, não nos abraçamos, ele com sua esposa Cecília, e Flor
de Liz, minha primeira neta crescendo no ventre de minha nora. O não abraçar, o não beijar, o não ir ao encontro daqueles que amamos, é dolorido.
Me
pego olhando o “nada”, o pensamento divaga sobre essa humanidade tão “avançada”,
diferente do meu tempo de criança na Vila Mauricio, quando em dias de chuva,
deixava o barquinho de papel, feito por papai, navegar em águas turvas que
desciam a ladeira da avenida 12 e escorria até as imediações da linha férrea.
Naqueles dias da Vila meus sonhos eram andar de cavalo na casa dos meus avós,
vovô Júlio e vovó Paulina, mergulhar no Bastião e ao anoitecer, sentar na
calçada e ver as estrelas no céu do Capim. Bateu saudades...
Bateu
saudades
Cuscuz
Leite
Tapioca
Ovos
Tudo
de bom!
Ouvir
o canto do galo
Lá
de cima do imbuzeiro
Correr
para o curral
Ver
vô Júlio
Ordenhando
a vacaria
Tomar
um copo de leite
Da
hora
Saborear
o café
Da
matina
Na
casa de vovó Paulina
Bateu
saudades.
(Luciano
Capistrano)
O
mundo de minha infância não existe mais, o Capim de meus avós ficou num baú de
minhas memórias afetivas, e, então, qual mundo é este do presente? Não tenho
respostas.
Me
preocupo com ondas de ódios que desde antes da pandemia já tomavam as “redes” e
as “ruas”, e, hoje me entristece testemunhar o descrédito que determinados
grupos sociais e lideres de diversas nações, promovem com relação a ciência e
as Instituições, como por exemplo, a OMS (Organização Mundial de Saúde). Me
preocupo com determinados setores sociais que evocam preocupação com o “mercado”
e esquecem: a urgência do momento é salvar vidas. Me entristece constatar que as
grandes nações não têm o básico para enfrentar a Covid 19: UTIs suficientes
para os pacientes.
O
Cenário não me anima.
No momento o Isolamento Social, o Distanciamento Social, é o caminho para preservação.
No momento o Isolamento Social, o Distanciamento Social, é o caminho para preservação.
Bem,
diante do “caos”, vejo sinais de esperança. Grupos de empresas, moradores de
comunidades carentes, igrejas, ONGs, governos, a sociedade civil, formam
frentes de combate ao inimigo de todos nós: o COVID 19. Ações de solidariedades se espalham nos fazendo acreditar na humanidade. Será uma utopia, essa corrente do bem? Pode ser, mas não existe outro caminho. A humanidade não é o dono da rede de restaurante MADERO. A humanidade são os anônimos, que estão
preocupados, sim com vida.
O amor, a solidariedade e a fé, vencerá!
Chegamos a uma encruzilhada,
salvar a economia ou salvar vidas? Fácil resposta, salvar vidas. O mundo tem de
efetivamente seguir o que orienta a OMS. Os exemplos são muitos, me doeu ver o
depoimento do Prefeito de Milão, ao reconhecer o erro de ter realizado, naquela
cidade, uma campanha “Milão, não pode parar”. Milão parou, parou porque o
sistema de saúde entrou em colapso com a quantidade de doentes com a Covid 19.
Milão parou ao ver caminhões do exército carregando corpos para enterros
solitários sem familiares e amigos.
A vida requer fé...
Chove
lá fora.
E
cá detrás da porta,
Inventamos
Deus.
O
mais secreto do mundo
De
estar com ELE,
Onipotente,
Onipresente,
Inesgotável,
Insondável.
(Francisco
Ivan)
Sigo
na jornada, se tenho medo? Claro que tenho mas tenho ESPERANÇA e FÉ, muito além do
vendaval tenhamos fé no mundo novo que virá, eu acredito. Gosto de um ensinamento
cristão: ‘Tudo passa, tudo passará”, e assim seguiremos, pois a ...
A vida requer ...
A vida requer esperança
Esperanças alimentam o querer viver
A vida requer amar
Amores alimentam o querer viver
A vida requer felicidade
Felicidades alimentam os dias
A vida requer saudade
Saudades alimentam os dias
A vida requer amizade
Amizades alimentam os “eus” “
A vida requer sonho
Sonhos alimentam os “eus”
A vida requer coragem!
(Luciano Capistrano)
Belo texto professor, parabéns!
ResponderExcluirObrigado meu amigo, estamos juntos nessa jornada
ExcluirParabéns, Luciano! Texto belíssimo.
ResponderExcluirObrigado minha amiga
ExcluirGrande abraço ótimo texto.
ResponderExcluirGrande amigo, obrigado
Excluir" qual mundo é este do presente? Não tenho respostas". Não temos, Caro Luciano Capistrano. Texto com muita eloquência
ResponderExcluirVerdade Nina, fico feliz com sua leitura e comentário. Obrigado.
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