terça-feira, 7 de abril de 2020

Em tempos de Pandemia: a vida requer esperança!


Em tempos de Pandemia: a vida requer esperança!
Luciano Capistrano
Professor de História – Escola Estadual Myriam Coeli
Mestrando – Profhistória/UFRN

            Não tem sido fácil. Confesso.
            E de repente nos encontramos no meio de um vendaval difícil de compreendermos os significados do porque de tudo isso que de repente se abateu sobre o nosso lar comum: A Terra. Um vendaval como um nome: Covid 19, um ser invisível aos nossos olhos, capaz de provocar uma grave crise de saúde pública e econômica em todos os cantos da terra, nenhuma nação ficou isenta deste “imposto” cobrado a toda humanidade.
            Ao me colocar diante do computador, busco escrever, um vazio me invade o meu ser, olho ao redor e vejo meu pai e mamãe, meu João, o mais novo e minha nega, minha esposa, namorada, amiga... o meu João, o mais velho, vi hoje de longe, a semanas não nos tocamos, não nos abraçamos, ele com sua esposa Cecília, e Flor de Liz, minha primeira neta crescendo no ventre de minha nora. O não abraçar, o não beijar, o não ir ao encontro daqueles que amamos, é dolorido.
            Me pego olhando o “nada”, o pensamento divaga sobre essa humanidade tão “avançada”, diferente do meu tempo de criança na Vila Mauricio, quando em dias de chuva, deixava o barquinho de papel, feito por papai, navegar em águas turvas que desciam a ladeira da avenida 12 e escorria até as imediações da linha férrea. Naqueles dias da Vila meus sonhos eram andar de cavalo na casa dos meus avós, vovô Júlio e vovó Paulina, mergulhar no Bastião e ao anoitecer, sentar na calçada e ver as estrelas no céu do Capim. Bateu saudades...

Bateu saudades

Cuscuz
Leite
Tapioca
Ovos
Tudo de bom!
Ouvir o canto do galo
Lá de cima do imbuzeiro
Correr para o curral
Ver vô Júlio
Ordenhando a vacaria
Tomar um copo de leite
Da hora
Saborear o café
Da matina
Na casa de vovó Paulina
Bateu saudades.
(Luciano Capistrano)


            O mundo de minha infância não existe mais, o Capim de meus avós ficou num baú de minhas memórias afetivas, e, então, qual mundo é este do presente? Não tenho respostas.
            Me preocupo com ondas de ódios que desde antes da pandemia já tomavam as “redes” e as “ruas”, e, hoje me entristece testemunhar o descrédito que determinados grupos sociais e lideres de diversas nações, promovem com relação a ciência e as Instituições, como por exemplo, a OMS (Organização Mundial de Saúde). Me preocupo com determinados setores sociais que evocam preocupação com o “mercado” e esquecem: a urgência do momento é salvar vidas. Me entristece constatar que as grandes nações não têm o básico para enfrentar a Covid 19: UTIs suficientes para os pacientes.
            O Cenário não me anima.
      No momento o Isolamento Social, o Distanciamento Social, é o caminho para preservação.
            Bem, diante do “caos”, vejo sinais de esperança. Grupos de empresas, moradores de comunidades carentes, igrejas, ONGs, governos, a sociedade civil, formam frentes de combate ao inimigo de todos nós: o COVID 19. Ações de solidariedades se espalham nos fazendo acreditar na humanidade. Será uma utopia, essa corrente do bem? Pode ser, mas não existe outro caminho. A humanidade não é o dono da rede de restaurante MADERO. A humanidade são os anônimos, que estão preocupados, sim com vida.
           O amor, a solidariedade e a fé, vencerá!
Chegamos a uma encruzilhada, salvar a economia ou salvar vidas? Fácil resposta, salvar vidas. O mundo tem de efetivamente seguir o que orienta a OMS. Os exemplos são muitos, me doeu ver o depoimento do Prefeito de Milão, ao reconhecer o erro de ter realizado, naquela cidade, uma campanha “Milão, não pode parar”. Milão parou, parou porque o sistema de saúde entrou em colapso com a quantidade de doentes com a Covid 19. Milão parou ao ver caminhões do exército carregando corpos para enterros solitários sem familiares e amigos.
A vida requer fé...

Chove lá fora.
E cá detrás da porta,
Inventamos Deus.
O mais secreto do mundo
De estar com ELE,
Onipotente,
Onipresente,
Inesgotável,
Insondável.
(Francisco Ivan)
           
            Sigo na jornada, se tenho medo? Claro que tenho mas tenho ESPERANÇA e FÉ, muito além do vendaval tenhamos fé no mundo novo que virá, eu acredito. Gosto de um ensinamento cristão: ‘Tudo passa, tudo passará”, e assim seguiremos, pois a ... 

A vida requer ...

A vida requer esperança
Esperanças alimentam o querer viver
A vida requer amar
Amores alimentam o querer viver
A vida requer felicidade
Felicidades alimentam os dias
A vida requer saudade
Saudades alimentam os dias
A vida requer amizade
Amizades alimentam os “eus” “
A vida requer sonho
Sonhos alimentam os “eus”
A vida requer coragem!
(Luciano Capistrano)



8 comentários:

A esperança se vestiu de cinza.

  A esperança se vestiu de cinza.               Aqui faço um recorte de algumas leituras que de alguma forma dialogam sobre os efeitos noc...