terça-feira, 4 de abril de 2017

De Chernobyl ao Césio 137: Lembrar é preciso!


De Chernobyl ao Césio 137: Lembrar é preciso!
Luciano Capistrano
Professor: Escola Estadual Myriam Coeli
Historiador: Parque da Cidade


 
        O desastre de Chernobyl, ocorrido em 26 de abril de 1986, representou um dos mais tristes episódios da história nuclear. Em uma época onde imperava a ordem do silêncio, os senhores da extinta União Soviética, esconderam, enquanto puderam, o "acidente", nas dependências da usina nuclear. Milhares de cidadãos ucranianos e de toda a Europa Ocidental, ficaram a mercê dos efeitos radioativos causados por uma explosão e um incêndio. Lançaram grandes quantidades de partículas radioativas na atmosfera, que se espalharam por boa parte da ex União Soviética e da Europa Ocidental.
           Um paragrafo de tristezas no desenvolvimento da energia nuclear, as falhas técnicas, associa-se, a este episódio, uma casta burocrática forjada nos corredores obscuros do poder da ex União Soviética, deixando uma poeira de contaminação radioativa se espalhar muito além das fronteiras da Usina Nuclear de Chernobyl. Nestes trinta e um anos do desastre, ainda, encontramos as cetenas de vitimas a sofrerem os efeitos danosos para suas vidas. Uma região deserta e de dores, assim ficou a localidade da antiga Usina de Chernobyl.
        Os dados apontam a gravidade do acidente, 31 mortes diretas e milhares de pessoas que apresentam enfermidades como o câncer, hoje a Rússia, Ucrânia e a Bielorrússia, antes União Soviética, são obrigadas a serem mais transparentes nas ações referentes aos "perigos" referentes ao funcionamento de uma Usina Nuclear.
        Chernobyl, uma das piores catástrofes nucleares de nossa história, uma usina simbolo de uma época caracterizada pela insanidade da "Corrida Armamentista", página infeliz da humanidade.
       E, aqui, no país verde e amarelo, também vivemos nossas angustias diante dos males causados por efeitos radioativos, me refiro ao Césio 137. Acidente ocorrido em 1987 na cidade de Goiânia. Este acidente foi o maior do Brasil e o maior do mundo.
     A contaminação em Goiânia originou-se de uma cápsula que continha cloreto de césio um sal obtido a partir do radioisótopo 137 do elemento químico césio. Uma caixa abandonada com este equipamento "nuclear", em uma clinica especializada em medicina nuclear, achado por catadores de lixo, rapidamente espalhou-se na periferia de Goiâna, vitimando milhares de pessoas. O governo da época tentou minimizar o acidente escondendo dados da população, que foi submetida a uma "seleção" no Estádio Olimpico Pedro Ludovico; os governantes da época escondiam a tragédia da população, que aterrorizada procurava por auxílio, dizendo ser apenas um vazamento de gás.
        As Catástrofes da Usina Nuclear de Chernobyl e do Césio-137 de Goiânia, sejam ensinamentos, mesmo doloridos, sobre os cuidados que devemos ter com o manuseio da energia nuclear e a importância de se garantir a liberdade de informações sobre os problemas relacionados com equipamentos capazes de contaminar regiões, como nos casos citados, com radioatividade. Em tempos onde as "trombetas" anunciam uma nova corrida armamentista faz necessário refletir sobre: De Chernobyl ao Césio 137: Lembrar é preciso!



 
 



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